sexta-feira, 21 de março de 2014

Guincheiros

Do Cargo de Operador III

O operador de nível III tem como atribuições as funções de nível I e II, ou seja, ele está apto a trabalhos como rotas, fiscalização, operação manual de semáforos, operação em cruzamentos, condução de motocicletas, atendimento à ocorrências tanto de trânsito, como a munícipes, sempre avaliando e agindo para segurança e fluidez do tráfego de veículos e pedestres.
O diferencial do nível III é a operação de equipamentos como guincho médio e pesado, mini pá carregadeira, guindauto e condução de veículos de grande porte, para isso é necessário do operador III CNH de categoria “E” e treinamentos específicos proporcionados pela própria empresa.

Da Rotina de Guincheiro

Tem como início de turno procedimentos padronizados para todos na operação, abertura de serviço, vistoria de viatura, etc.
Em seguida o guincho é deslocado para um ponto estratégico para atendimento de uma região. Ex: Av. Aricanduva, Ponte Atílio Fontana, Av. Brasil x Rebouças, Av. João Dias, Av. Salim Farah Maluf, av. Ipiranga e etc. Todos partindo dos pat´s mais próximos aos pontos ou em maiores deslocamentos por motivo operacional (ex. falta de guincho em um pat. Outro atende de acordo com a prioridade do ponto).
No ponto os operadores permanecem em POI, fora do caminhão, fiscalizando, e atendendo as necessidades operacionais daquele local, até que haja acionamento pela central de operações que fornecerá o local da ocorrência, peso do veículo avariado (em toneladas), tipo de ocorrência (pane, acidente, etc) tipo de via (aclive, declive ou plano) e contato do operador que está com a ocorrência.
Cabe aos guincheiros dirigirem-se imediatamente ao local para iniciar uma remoção veicular pesada que consiste em:
-Avaliação: Motivo da pane, se o veículo está travado, Proporção peso do veículo para capacidade do guincho, Local para estacioná-lo, altura para passagens sob pontes, etc.
-Procedimentos de segurança: Uso de calços nas rodas do veículo, engate de marcha, atrelamento de cambão para deixa-lo imóvel atado ao guincho, etc.
-Atrelamento (pegada): Depois de avaliar a forma de remoção (içamento frontal ou traseiro, arraste com cabo de aço, cambão ou uso dos redutores para arrastes em aclives acentuados, barrancos ou tombamentos, entre outras manobras feitas de acordo com as condições do veículo e local. Na maioria das vezes o veículo avariado tem seu sistema de freio com baixa pressão de ar comprimido fazendo com que este fique com as rodas travadas, cabe ao guincheiro destravá-las mecanicamente através de parafusos próprios (pés de galinha, catracas e outros) ou por injeção de ar através de mangueira conectada ao guincho.
-Remoção: A movimentação de um veículo pesado avariado requer muito cuidado, pois o operados às vezes leva o guincho ao seu esforço máximo ficando vulnerável a acidentes, é sempre feita em baixa velocidade (10Km/h em média).
- Finalização: O veículo avariado é conduzido para um local que forneça segurança e não interfira na fluidez da via, desfaz-se os procedimentos de remoção guardando os materiais utilizados e retorna-se ao ponto.
                                                                                                                   
Agradecemos ao guincheiro
Artur Mendonça pelo texto




Eles passam por diversos cursos específicos, dentro e fora da empresa.
Os mais recentes foram da pá carregadeira, tendo como multiplicadores alguns dos próprios guincheiros.


O outro na Viação Cometa, 3 dias para aprender sobre motores. O primeiro contato com a Viação foi feito pelo guincheiro Walter, do Pat Tatuapé e depois dado continuação pela gestora Juliana do DPO-MB.
Curso que se tornou muito útil, pois proporcionou várias remoções na pista pelos guincheiros, sem a necessidade dos guinchos.

Agradecimentos ao guincheiro Walter Souza Melo que nos cedeu todas as imagens, é um dos multiplicadores do curso da pá carregadeira, o precursor na ideia do curso com a Viação Cometa para proporcionar a todos os guincheiros mais formação e desenvolvimento profissional.


O responsável pelos guincheiros é o gestor Truzzi.

DIFICULDADES

A história dos problemas dos guincheiros na CET começa antes da implantação do plano de carreira.
Quando houve a primeira prova de certificação em 2008, os operadores de trânsito foram divididos em 5 níveis: o 1 que era o iniciante que não fazia rota, o 2 fazia todas as atividades, o 3 era o guincheiro e multiplicador de cursos, o 4 supervisor, o 5 que foi do campo para o escritório ou monitoramento semafórico.
Nesta ocasião o operador 3, além de passar na prova, tinha que ter carteira de motorista categoria E.
Haviam antes desta prova poucos e antigos guincheiros e a maioria deixou de ser guincheiro depois da certificação.
A nova turma foi crescendo, se desenvolvendo, se especializando e vencendo obstáculos. Passaram a sair em dupla, melhoria para segurança e agilidade da atividade. Conquistaram um adicional de insalubridade, porém a condição da empresa foi que para recebê-lo teriam que sair 19 dias no mês com o guincho. O sindicato entrou com uma ação na justiça para que todos os guincheiros tenham direito à justa insalubridade pela sua atividade, sem estas condições impostas pela empresa. O processo ainda está na justiça.
Muitos operadores investiram na mudança de categoria da habilitação e nos estudos para o progresso na carreira. E então a CET deixou de exigir a categoria E para a ascensão, sendo assim, o que favoreceu uns, descontentou outros, pois até hoje a empresa não definiu a descrição das funções do operador 3.
A atividade do guincheiro é muito perigosa, além do mais, a responsabilidade, os desafios e a cobrança são muito maiores. 
Mas a falta de reconhecimento desta categoria especial de operadores não se limita apenas aos problemas de carreiras, as maiores dificuldades são quanto aos equipamentos, a falta de recursos e investimentos.
A CET possui 14 guinchos, 6 estão baixados para manutenção. São equipamentos de 2002 e 2006 com muito uso. De grande e médio porte, com arraste de 60 e 40 toneladas. Porém hoje há carretas que chegam a 70, 80 toneladas.
E com 8 guinchos na ativa e cerca de quase 90 guincheiros, que matemática a empresa faz para contemplar 19 dias de guincho para cada um?
A equipe junto com a sua gerência, estudaram e montaram um projeto com novos equipamentos modernos do mercado para atender rapidamente qualquer tipo de ocorrência na cidade. Feito o pedido à Presidência da empresa, acabou sendo descartado, porque vieram 5 guinchos da SPTrans para a CET. São equipamentos aparentemente em bom estado, pouco utilizados, mas muito mais antigos, de 1980 e 1986. Dos 5, 1 não chegou ainda, 1 já está na oficina para fazer o motor, e os outros 3 ainda não foram para campo por conta do processo burocrático.
As condições reais destes equipamentos só descobriremos quando começarem a ser utilizados. Mesmo assim, são de longe a capacidade e modernidade dos equipamentos solicitados.
Temos uma excelente equipe, extremamente capacitada que se desdobra em atender a cidade com recursos limitados, com dedicação porque amam o que fazem. Mas infelizmente falta reconhecimento, quando não se dá condições de trabalho à altura destes profissionais.


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