quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Entenda como é a maior logística operacional da CET: a faixa reversível da manhã da Radial Leste

A reversível da Radial Leste é uma logística única e grandiosa, diferentes no pico da manhã e da tarde. Uma verdadeira sinergia de uma equipe grande, cronometrada em inúmeros detalhes.



A montagem do pico da manhã é feita em 2 turnos, às 4hs e 5hs.
É tão dinâmico e envolvente, que às 4hs a equipe já está praticamente pronta, trocada e fazendo vistoria das viaturas, que compreendem 2 sprinters e 4 pick ups. São contados diariamente e distribuídos 460 cones.





Às 5hs entra o segundo turno, na mesma velocidade, sai uma viatura ducato, que distribui os operadores nos cruzamentos mais próximos ao centro. Eles precisam estar todos posicionados antes da abertura às 5h50. E mais 3 motociclistas que seguem os locais de ativação.





Simultaneamente às 5hs, o primeiro turno inicia a montagem no Glicério por 2 pick ups, uma grande e complexa canalização, enquanto as outras 2 estão montando a canalização sobre Vd Jaceguai.


Quando as 6 viaturas se juntam no Jaceguai, elas se dividem em 2 frentes.
Cada frente é composta por uma sprinter com 4 operadores, motorista e 3 que se revezam na colocação dos cones. As 2 pick ups fazem a escolta atrás e outra na lateral à direita.


A primeira frente segue do Vd Jaceguai até o Belém. Os operadores realizam dois bloqueios, na ligação leste-oeste e no Bresser.




A primeira ativação acontece às 5h50min., no Tatuapé.













A segunda frente sai simultaneamente do Vd Jaceguai e segue direto para o Belém, onde começa a montagem. Os operadores vão até o início da reversível, próximo a Av. Aricanduva, onde a abertura é feita às 6h, até se juntar, com o trecho aberto anteriormente no metrô Tatuapé.
A colocação dos cones na via em movimento é feita a 20 km/h, não é tão simples quanto parece, requer prática e habilidade para os cones ficarem em pé, corretamente posicionados. Há operadores que conseguem colocar os cones sem deixar cair nenhum, até a 60 km/h, tamanha agilidade.
Há trechos que os cones são colocados para dentro da faixa seccionada, no meio e outras para fora, de acordo com a largura da faixa da esquerda, que varia com as condições de curva, declividade e iluminação. A distância também é calculada a cada 4 ou 5 seccionadas. E nos trechos de linha contínua, o distanciamento é pela prática. Há trechos de uma faixa, que mudam para 2 faixas, também de acordo com o adequamento do trânsito.
A cada cruzamento é colocado mais um cone para fechar a reversível, que ainda não está ativada, para os veículos das transversais não acessarem e causarem acidentes.


A ativação da faixa é feita por uma pick up, seguida de dois motociclistas para realizarem os levantamentos dos cones caídos e o deslocamento dos cones que bloqueiam os cruzamentos, em seguida uma outra viatura 4 rodas para proteger os motociclistas, para então começar a circulação dos veículos de munícipes. Durante a ativação é  feita a distribuição dos operadores, que realizaram a montagem, nos cruzamentos.

Após a ativação os operadores das 4 pick ups seguem em rota pela Radial, dividida em 5 trechos. As motos idem, e são responsáveis pelo levantamento dos cones que caem, dividido em 3 rotas de monitoramento e fazem as rendições dos operadores em pontos fixos, que não podem se ausentar do local para a proteção aos pedestres, que ao fazerem a travessia se esquecem que o trânsito da reversível está vindo em sentido oposto ao que estão condicionados a se atentar para atravessar.
Durante as 2 horas de funcionamento tudo é monitorado com apoio de telefones, a central de operação, 2 pac’s (funcionários sobre terraços de prédio munidos de rádio e binóculos), e as câmeras do DCS 3 (funcionários que monitoram câmaras e semáforos da região). Qualquer interferência na via, veículo quebrado, acidente, semáforo quebrado e as mais diversas ocorrências, tem que ser resolvido o mais rápido possível por esta mesma equipe.

Às 8hs começa a desmontagem no início da reversível. Ela é feita por trechos. Primeiro passa um comboio de fechamento com veículo 4 rodas e moto, fechando cada cruzamento e abrindo o seguinte acesso. Depois a equipe com a sprinter volta a se reunir para a desmontagem.
A equipe das 4hs desmonta até o Bresser e volta para a base, a das 5hs segue na desmontagem deste trecho até o final. Todo esse processo de desativação e desmontagem leva 2 horas, cada acesso é fechado conforme avaliação do trânsito em ambos os sentidos, feita pelo supervisor ou gestor que está acompanhando.
Leva-se em média três meses para entender toda logística, aprender cada detalhe dos trechos, e conseguir manusear os cones em movimento. É uma enorme engrenagem que precisa estar estar bem orquestrada, onde o foco são os detalhes e a segurança.

Histórico
A faixa reversível da Radial começou em 1997, inicialmente, como faixa solidária, que começava no metrô Tatuapé e apenas veículos com mais de um ocupante poderiam adentrar, estimulando a carona. De lá para cá, várias alterações foram realizadas ao longo do tempo se adequando às características do trânsito, sempre visando a melhoria desta operação, numa das mais importantes via de ligação da enorme zona leste ao centro da cidade, que é a Radial Leste.
Esta faixa funciona o ano inteiro, de segunda a sexta, exceto feriado, emendas e na semana entre o natal e o ano novo.

Fatalidade
Um operador motociclista infelizmente faleceu nesta atividade, quando um veículo no sentido oposto adentrou propositalmente a reversível e o lançou para a outra pista, no Bresser. Lucio Formigoni trabalhava em dupla com o operador Lo Ré, ainda operador desta reversível, quando sofreu o acidente. Sua esposa Meire, era um dos PAC’s, que monitorava a reversível do alto de um prédio.

homenagem ao operador Lo Ré
                

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